Responsável pela redação das novas diretrizes curriculares dos cursos de Engenharia no Brasil, o Grupo de Trabalho das Engenharias deve iniciar, em breve, a fase de aprimoramento do sistema de avaliação dos cursos, assim como a apuração e a divulgação de iniciativas inovadoras de instituições de ensino que priorizem, por exemplo, projetos desenvolvidos a partir de demandas empresariais.
O chamado GT das Engenharias foi criado pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), grupo coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que reúne dirigentes de mais de 300 empresas e instituições de ensino e pesquisa, além de órgãos do governo. As novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia foram aprovadas dia 23 passado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
A CNI considera que essas mudanças nos currículos dos cursos de Engenharia serão fundamentais para o fortalecimento da indústria e da agenda de inovação no país. Para a entidade, o texto aprovado tornará o ensino mais moderno e conectado com a Indústria 4.0. “É urgente a reformulação dos cursos para formarmos engenheiros com habilidades e capacidades mais convergentes com o ritmo das transformações digitais”, afirma a diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio.
Entre as propostas aprovadas pelo CNE, está a formação por competências, com foco no desenvolvimento do aluno e na educação mais prática e próxima do ambiente profissional, por meio do ensino baseado em projetos e da adoção de tecnologias digitais em sala de aula. As novas diretrizes estimulam ainda a interação entre centros de ensino e organizações externas que extrapolem o estágio, com o desenvolvimento de atividades e projetos de interesse comum.
O texto, porém, está longe de ser uma unanimidade. Integrante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Bernardo Abraão, por exemplo, disse que foi “surpreendido” com as novas diretrizes e que a entidade não foi chamada para conversar sobre as mudanças.
“Fizemos um documento com sugestões e nada foi modificado. Todos os argumentos favoráveis à proposta são fracos. Há um desconhecimento sobre o que é a engenharia na vida real”, critica.
FONTE http://www.usinagem-brasil.com.br/